Superação e confiança: Fernanda de 10 anos “Quero ser cantora quando crescer”
Fernanda Linhares de Lima, 10 anos é lá do Maranhão, há três anos veio morar com a avó materna Dona Lourdes em Lagoa da Prata. No Maranhão ficaram seus pais e quatro irmãos. A avó conta que Fernanda é uma menina muito alegre, extrovertida e brincalhona “ela está sempre a correr de um lado para o outro, conversa igual gente grande e é muito esperta” comenta.
Fernanda conta que gosta de brincar de casinha com as amiguinhas e de cantar no coral da igreja que freqüenta, “quero ser cantora”.
Mas, no final do ano passado a vida da menina mudou de repente. Fernanda começou a se sentir mal, “ela ficou descorada, sem apetite, com febre e os olhos inchados” comenta a avó. Foi então levada ao Posto de Saúde, alguns exames foram marcados, mas, pela proximidade das festas de final de ano, os exames só foram realizados em meados de janeiro. O médico diagnosticou pneumonia, a menina foi medicada, não adiantou, Fernanda continuou passando mal, chegando a ficar internada. A febre não passava, então a avó levou a menina em um médico na cidade vizinha de Arcos, por indicação de um amigo, pois a febre persistia por um mês. Foram feitos mais alguns exames, foi diagnosticado sinusite, mais medicação. Após alguns dias Fernanda começou a sentir fortes dores nos braços. Depois de passar pelo terceiro médico foi então diagnosticado leucemia. Fernanda foi então encaminhada para Divinópolis e começou seu tratamento no Hospital do Câncer no dia 26 de março.
A mãe da menina Iraci que ela não via há três anos veio do Maranhão para acompanhar o tratamento e apoiar a filha. Durante o período de internação a mãe e a avó ficaram no Hospital todo o tempo. Carinhosamente a mãe de Fernanda a chama de mãezinha.
O que Fernanda mais quer quando sair do Hospital é brincar com os irmãos que vieram com a mãe e os primos que moram em Lagoa da Prata.
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ACCCOM = Amor Depoimento de Luiz Carlos Souza Lima, da cidade de Formiga
Ao completar 18 anos, Luiz Carlos de Souza Lima, o Luizinho, como é chamado por todos, descobriu que estava com um Linfoma de Hodgkin*, um tipo de câncer. Foi um choque para um garoto que tinha tudo pra comemorar a maioridade, cheio de alegria, agora se deparar com algo tão inesperado. Ele diz que chorou muito, por quase três dias, mas que hoje superou a doença e está muito bem. "Quando eu tinha 17 anos comecei a sentir muita dor no corpo e falta de ar, mas nunca ia ao médico. Estava no 1º ano, cheio de vida e numa bela manhã apareci com um caroço debaixo das axilas e não sabia que podia ser um tumor. Meus amigos ficavam perguntando o que era aquilo e eu respondia que não era nada, só comentei com uma amiga que me falou pra não preocupar que não iria ser nada. Fui pra casa e comecei a ir ao Posto de Saúde, mas era muita burocracia. Então resolvi falar pra minha mãe que iria ao médico. Fui ao Pronto-Socorro e o médico que estava atendendo me encaminhou para outro médico amigo dele que me analisou e pediu uma tomografia. Naquele tempo, meu pai estava desempregado e, graças a Deus, eles conseguiram agendar pra mim pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O médico viu o exame e falou que eu estava com um linfoma, mas não quis explicar bem o era e disse que iria me encaminhar pra ACCCOM e que lá me explicariam melhor. Descobri que era câncer quando estava fazendo 18 anos. Esta data para os jovens é sinal de vitalidade, alegria. Para mim foi uma data difícil, onde não tinha muito que comemorar, pois descobri que tinha câncer. Chorei muito até entender. A Dra. Aline Lauda disse que o meu caso era Linfoma de Hodgkin. Tive que fazer quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Sou uma pessoa que não preocupo, mas no começo fiquei balançado. Meu cabelo caiu pouco, mas quem caiu os cabelos mesmo foi minha mãe e meu pai que ficaram muito preocupados. Mesmo com o tratamento, continuei estudando. Passei por preconceitos, mas também muitas pessoas me apoiaram, pude ver que sou querido, que tenho muitos amigos que me ajudaram neste momento difícil e toda vez que eu estava triste, fazia uma oração pedindo a Deus que me desse força. E me lembro que logo aparecia em minha casa um colega para me visitar ou chamar pra sair. É importante encarar a doença com tranqüilidade e não deixar de prevenir. Todo mundo pensa que a pessoas que tem câncer vão morrer, mas não é bem assim, tem cura. Defino a ACCCOM com uma palavra: amor, sentimento que foi transmitido com sinceridade a mim. Eu não era mais um paciente da Associação, eu era o Luizinho. Fui tratado com diferencial, acho que a maioria das pessoas que trabalham na ACCCOM é porque gostam. O câncer é um desafio, mas desafio que pode ser superado. Hoje, quando vejo um novo paciente, procuro contar minha história e através dela levar conforto e esperança."
*Linfoma de Hodgkin: A Doença, ou Linfoma de Hodgkin, é uma forma de câncer que
se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, um conjunto composto
por órgãos, tecidos que produzem células responsáveis pela imunidade e vasos que
conduzem estas células através do corpo. Esta doença pode ocorrer em qualquer
faixa etária; no entanto, é mais comum na idade adulta jovem, dos 15 aos 40
anos, atingindo maior freqüência entre 25 a 30 anos. A incidência de novos casos
permaneceu estável nas últimas cinco décadas, enquanto a mortalidade foi
reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 70 devido aos avanços no
tratamento. A maioria dos pacientes com Doença de Hodgkin pode ser curada com
tratamento atual.Fonte: INCA (Instituto Nacional de Câncer)
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