segunda-feira, 23 de março de 2009

Uma história de sucesso

Morre o fundador do laboratório Aché

SÃO PAULO, 23 de março de 2009 -

O laboratório Aché, um dos maiores do setor farmacêutico nacional, foi apenas um dos empreendimentos criados pelo empresário Victor Siaulys, que faleceu na noite da última quinta-feira em decorrência de um câncer. Além do laboratório, o paulistano também mantinha outros empreendimentos, como o Hotel Unique, o Unique Garden e o Instituto Tomie Ohtake - desenvolvidos por seu amigo de infância, o arquiteto Ruy Ohtake -, e fundou o instituto de auxílio a deficientes visuais Laramara, todos em São Paulo.
Filho de imigrantes lituanos, Siaulys teve uma infância simples. Os primeiros empregos foram como vendedor de peixe e office-boy. Com esforço, conseguiu uma vaga e um diploma na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Mas foi como propagandista do laboratório farmacêutico Squibb, nos anos 60, que o jovem advogado definiu sua carreira. Em 1965, uniu-se a dois amigos da Squibb, Adalmiro Baptista e Antônio Depieri, com a ideia de criar uma loja de móveis na Lapa. Acabaram fundando uma empresa de representação para a venda de medicamentos, a Prodoctor.
Sociedade
Um ano depois, os sócios compraram uma pequena fábrica e, inusitadamente, optaram por usar o nome da marca adquirida: Aché. Nascia ali o pequeno laboratório que, após 40 anos se tornaria um dos maiores do Brasil.
Com receita bruta de R$ 1,6 bilhão em 2007, ao longo da última década o Aché se profissionalizou, entrou no mercado de genéricos e ampliou sua participação internacional, com parcerias na América Latina, Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Siaulys continuava ligado à empresa como integrante do Conselho Administrativo.
Apesar da magnitude da Aché, Siaulys, cuja filha mais nova perdera a visão por um problema na retina, dedicava especial atenção para outro empreendimento: a Laramara, criada com o objetivo de auxiliar as famílias na convivê ncia com cegos.
As memórias de Siaulys foram postas no papel enquanto o empresário tratava da leucemia e foram publicadas em 2007, no livro intitulado "Mercenário ou Missionário". Foi a quarta vez que Siaulys foi acometido pela doença, depois de já ter superado um câncer na tireóide, de pele e de próstata. "Não vou me render facilmente a este novo desafio", escreveu em 2007, durante o tratamento, em uma carta que distribui entre os amigos. (Redação - Gazeta Mercantil)

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